Na linha da frente
Muito se fala do risco e exposição diários ao SARS-COV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave – Coronavírus 2) a que estão sujeitos médicos e todos os profissionais de saúde, esquecendo que na linha da frente, e correndo igual possibilidade de contágio, estão os funcionários de limpeza. Uma realidade premente em ambiente hospitalar, mas séria e não menos perigosa em qualquer outro ramo de atividade, seja na limpeza de escritórios, fábricas, oficinas, centros-comerciais, lojas, transportes públicos ou privados…
Da boa higienização dos espaços e dos pontos de contacto direto mais manuseados – corrimãos, interruptores, puxadores de portas, armários e gavetas, máquinas de café, torneiras, telefones, ecrãs táteis, teclados ou outros objetos, máquinas e equipamentos que sejam partilhados – depende a contenção da propagação de qualquer vírus. A vivência de uma pandemia veio apenas tornar mais urgente a atenção dispensada à devida e correta desinfeção e expor uma profissão de risco: todo o pessoal de limpeza. Profissão que desempenha um papel de inegável importância social e de enorme responsabilidade. Não apenas por ser perigoso o manuseamento de alguns químicos, como é real o perigo diário de possível contágio, entre eles, o coronavírus, responsável pela COVID-19, tema que por estes dias ocupa o nosso pensamento e determina a forma como agimos, nos movimentamos e relacionamos. Falar da proteção destes profissionais torna-se, assim, ainda mais urgente.
Proteger quem nos protege
Assegurar bons procedimentos e acautelar riscos desnecessários passa por algumas boas práticas, que jamais devem ser descuradas, e um rigoroso profissionalismo.
1 – As equipas de limpeza devem ter a formação necessária para melhor adequar a sua tarefa a cada ambiente específico, mais ainda em hospitais, clínicas médicas e centros de saúde, onde há ainda o risco de exposição a sangue e fluídos corporais.
2 – Confiar apenas em produtos e equipamentos profissionais, únicos com eficiência comprovada. Os produtos de limpeza concebidos especificamente para a desinfeção e eliminação de vírus, germes, bactérias e outros agentes patológicos foram criados e testado para esse efeito e são os únicos que asseguram resultados a 100% e uma alta eficácia após uma única aplicação.
3 – O uso de equipamentos de proteção individual não é negociável. Estes devem estar ao dispor de todos os profissionais e serem descartados sempre que necessário. Só assim se garante uma barreira de contenção e se evita ou minimiza a propagação do vírus. Máscara, viseira, luvas, toucas, aventais, protetores de calçado, entre outros que se prevejam necessários, devem ser disponibilizados, já que se deve partir da premissa de que qualquer ambiente pode estar contaminado.
4 – Definir protocolos de utilização, para que, sem perigo de contágio, estes equipamentos sejam corretamente colocados e descartados. Procedimentos que devem ser revistos em função da evolução e conhecimento que se tem do vírus. Estabelecer uma zona para trocar de roupa e métodos próprios para eliminar os equipamentos descartáveis num contentor específico.
5 – Criar uma checklist é fundamental. Ela permite que tudo seja limpo, lavado e desinfetado, pela ordem exata e as vezes necessárias, com os produtos químicos mais indicados para cada zona ou equipamento. Além disso, agiliza o trabalho e garante que nada seja esquecido.
6 – Guiar-se por um horário, a fim de garantir que a limpeza cumpre as exigências de cada setor, e assegurar a prévia higiene a cada mudança de turno, por exemplo.
7 – Uma equipa protegida sente-se mais segura e presta um melhor serviço, sem descurar o rigor e a exigência necessários.
Acautelar a segurança dos profissionais de limpeza, não apenas garante a saúde e o bem-estar dos seus recursos humanos – que são a maior riqueza de qualquer empresa ou negócio – como assegura uma fiável imagem de rigor e profissionalismo para o exterior, onde será considerado um agente de interesse social e económico de enorme valor.